Há uns tempos que tinha pensado o regresso ao Espichel, aproveitando esta Primavera antecipada, no sábado decidi pôr “as rodas” em marcha, ás 08h00 estava a sair da Quinta do Conde rumo à Quinta do Peru, entrei depois na Nac. 379, em direcção a Sesimbra, com destino ao Cabo Espichel.
Uma ou outra foto pelo caminho e numa velocidade de cruzeiro, sem grandes pressas, sensivelmente uma depois estava naquele que eu considero um local dos mais belos e inspiradores daqui da zona.
Só por ali andava eu e duas alemãs e um motard, mais umas fotos aqui e ali, depois junto ao Farol, para seguir para a volta de regresso, desta feita pela zona junto ás falésias, sempre em contacto com o Atlântico.
Era aqui que eu tinha algumas dúvidas, no percurso a seguir, no entanto considero que correu bem, e desfrutei de magnificas paisagens, das quais não resisti a “levar no bolso” para fazer este “post”, partilhando assim com quem não conhece e/ou não se pode ali deslocar.
Ainda me cruzei com um grupo de apreciadores destas paisagens que caminhavam alegremente pelas encostas junto ao mar- nunca se está só, nestas andanças!
Qualquer dia regresso, mas no sentido inverso.
Santuário Nossa Senhora do Cabo
O conjunto arquitectónico do chamado Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, implantado no extremo do Cabo Espichel, é sem dúvida o mais importante e característico do Concelho. Há neste precioso agregado de edificações, desde a antiga Ermida da Memória à Igreja Seiscentista, desde os corpos rústicos das "hospedeiras" ao aqueduto e à "Casa da Água", uma unidade de valores gráficos que fez esquecer a disparidade de estilos. O culto de Nossa Senhora do Cabo perde-se na bruma dos tempos e é crível que anteriormente à sua veneração - a partir do Séc. XV - o Cabo Espichel fosse centro de peregrinações.
O actual culto remonta a cerca de 1410, ano em que teria sido descoberta na extremidade de Cabo Espichel a venerada imagem de Nossa Senhora do Cabo, por dois velhos da Caparica e de Alcabideche, que em sonhos coincidentes teriam sido avisados pelo Céu.
A Ermida da Memória
Rodeada por um pequeno miradouro com adro, de que se avista uma extraordinária panorâmica alargada, tem o interior revestido até meia altura por silhares de azulejos setecentistas azuis e brancos, dos inícios da segunda metade do séc. XVIII, representando a descoberta da imagem de Nossa Senhora do Cabo, a construção da própria Ermida, da Igreja e das Hospedarias e os "círios" ou romarias da época.
O templo, de origem medieval, foi construído precisamente no local onde, segundo reza a tradição, terá sido achada a imagem de Nossa Senhora.
Há notícias que já em 1430 a irmandade de N.S.ª do Cabo tinha instalado um farolim predecessor do actual farol.
A torre actual foi inaugurada em 1790, em 1865 era alimentado por azeite, mudando de combustível em 1886, quando a sua luz passou a ser alimentada por incandescência de vapor de petróleo e, muito mais tarde em 1926 por electricidade.
Em 1983 este farol tinha instalado um aparelho iluminante chamado de primeira ordem que emitia luz em grupos de quatro clarões brancos, em vez do antigo sistema de luz fixa. Com este novo sistema passou a ter um alcance luminoso de vinte e oito milhas náuticas (quarenta e cinco km´s).
A estrutura de apoio ao farol foi aumentada para os lados por volta de 1900.
Em 1947 entrou numa nova era no que diz respeito à iluminação. Foi montado um aparelho óptico aeromarítimo que já tinha estado ao serviço do Farol do Cabo da Roca. Esta nova ópticadióptica - catadióptica chamada de quarta ordem, um modelo de grandes dimensões, apresenta trinta centímetros de distância focal, produzindo lampejos simples, agora com um alcance luminoso de quarenta e duas milhas náuticas (cerca de sessenta e sete quilómetros).
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