NORA
Introduzida pelos árabes, a Nora é um engenho ou aparelho para tirar água de poços ou cisternas. É constituída por uma roda com pequenos reservatórios ou alcatruzes em que o engenho está todo a descoberto e o animal trabalha num círculo à volta da nora, geralmente no sentido dos ponteiros do relógio, embora a da nossa quinta gire no sentido inverso.
As noras de tirar água são instrumentos fixos e circulares usados para captar a água do subsolo para, posteriormente, ser utilizada nas culturas de regadio.
Compostas por uma roda que faz mover a corda, ou cadeia metálica, a que estão presos alcatruzes – baldes que transportam a água – as noras mouriscas conduziam a água às partes mais elevadas dos terrenos cultivados. Estas eram accionadas por mulas, burros, machos ou vacas de trabalho que se deslocavam de olhos vendados num movimento circular à volta do engenho. Possui uma haste horizontal acoplada a um eixo vertical que por sua vez está ligado a um sistema de rodas dentadas. Este sistema faz circular um conjunto de alcatruzes entre o fundo do poço e a superfície exterior. Os alcatruzes descem vazios, são enchidos no fundo do poço, regressam e quando atingem a posição mais elevada começam a verter a água numa calha que a conduz ao seu destino. O ciclo de ida e volta dos alcatruzes ao fim do poço para tirar água mantém-se enquanto se fizer rodar a haste vertical e o poço tiver água.
Tradicionalmente as noras são engenhos de tracção animal. Estes engenhos vieram em muitos casos substituir a picota ou cegonha anteriormente utilizados como engenhos principais para tirar água na Península Ibérica onde se pensa que tenham sido introduzidos pelos árabes.
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