Situada no largo conhecido anteriormente como Praça Nova, onde se localizavam os Paços do Concelho na Idade Média, em pleno centro histórico da cidade. A igreja, que remonta à reconquista cristã, era uma das mais importantes da antiga vila. O templo atual, representativo do manuelino e renascimento, é fruto das várias campanhas construtivas que foi sofrendo ao longo do tempo. Classificada Monumento Nacional desde 1917.
A igreja resulta, provavelmente, da refundação de uma antiga mesquita da medina islâmica de Santarém, dos tempos da reconquista cristã, sendo depois entregue à Mitra de Lisboa, no tempo do bispo D. Gilberto. Mais tarde, em 1159, a posse do templo foi doada por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários. A paróquia aqui sediada era considerada a mais importante da vila, tendo a igreja sido elevada a colegiada em 1244, por reforma do bispo de Lisboa, D. Aires Vasques, tomando a designação de Colegiada de Santa Maria de Marvila. Este nome provém, ao que tudo indica, de uma imagem (hoje desaparecida) ofertada por São Bernardo no século XII, Nossa Senhora das Maravilhas, denominação que, por deturpação popular, gerou o vocábulo Marvila, o atual orago é Nossa Senhora da Assunção.
Na sequência da sua cristianização, a igreja foi totalmente reconstruída em meados do Séc. XIII, adquirindo então uma aparência gótica da qual já muito pouco resta na atualidade. No entanto, a intervenção mais marcante haveria de ser levada a cabo na primeira metade do século XVI, quando sob o patrocínio do Vice-Rei da Índia, D. Francisco de Almeida, a igreja foi ampliada e totalmente reformada. Esta campanha construtiva, que estaria concluída em 1530, conferiu a atual configuração manuelina ao templo, datando desta mesma época o portal principal, os arcos interiores, a cabeceira e a torre primitiva. Na sequência do terramoto de 1531, no reinado de D. João III, de cunho renascentista, efetuou a reforma geral do interior. Em 1573, reuniu-se na igreja o Capítulo Geral da Ordem de Cristo, presidido pelo rei D. Sebastião.
Na primeira metade do Séc.XVII, regista-se uma nova intervenção, de cunho maneirista, a cargo dos mestres Francisco Coelho e Sebastião Domingues, de que é exemplo o Calvário que tapa um dos óculos. Ainda neste período foi levada a cabo a campanha de aplicação dos azulejos das capelas da cabeceira e da capela-mor, entre 1617 e 1620, e das naves laterais, entre 1635 1639. Este riquíssimo património azulejar justifica o epíteto de catedral do azulejo pelo qual o templo é conhecido. Ainda desta intervenção datam o retábulo pictórico executado pelo pintor Simão Rodrigues, do qual apenas resta a tela sobre o arco triunfal, a pintura da abóboda da sacristia, em 1960, e a construção do retábulo em talha dourada do alta- mor, em 1700. Este último perder-se-ia durante as Invasões Francesas.
Em 1876, a torre sineira manuelina, com planta circular e rematada por um coruchéu piramidal com gárgulas, foi demolida, dando lugar à atual, integrada na fachada. A torre primitiva era rasgada, na sua secção inferior, por dois arcossólios góticos, nos quais se enquadravam os túmulos de Gonçalo Gil Barbosa e de Francisco Barbosa. Em 1902, foi transferido para aqui o órgão da Igreja de Santa Clara, que tinha sido executado em 1817 pelo mestre organeiro António Xavier Machado e Cerveira.
IGREJA DE SÃO JOÃO DE ALPORÃO
A Igreja de São João de Alporão está localizada na freguesia de Marvila, Santarém. Junto à Torre das Cabaças, em pleno centro histórico da cidade, sendo um dos seus monumentos mais emblemáticos. Este templo, provavelmente o melhor exemplar da arte românica no sul do país, data do século XII, pertenceu à Ordem dos Hospitalários. Foi profanado no século XIX, acolhendo actualmente o núcleo de arqueologia do Museu Municipal de Santarém. Classificado de Monumento Nacional desde 1910.
Nos Séc.XIII / XIV, a igreja integrava um complexo monacal situado junto da porta de Alpramou de Alporão, denominado Mosteiro de São João do Hospital, pensa-se que uma das funções do templo junto à porta teria sido a de proteger o acesso militar à cidade pelo lado nascente e vigiar a entrada de judeus na cidade, de acordo com as regras estabelecidas entre os cristãos e aquela minoria étnica. A fundação deste templo deve-se, à Ordem de São João do Hospital, cuja fixação na então vila se deu entre 1159 e 1185. O período exacto de construção da igreja é desconhecido, apesar de não restarem dúvidas de ocorreu nas últimas décadas do Séc. XII. A campanha artística continuou para lá da construção, conforme se denota na forte presença de elementos característicos do estilo gótico, nomeadamente na cabeceira.
A igreja era inicialmente ladeada por uma pesada torre românica circular, que flanqueava a fachada lateral a norte, que reforçava o carácter fortificado do conjunto. Esta torre foi demolida em 1785 para permitir a passagem do coche real de D. Maria I, numa visita efetuada por esta soberana à então vila de Santarém. Com a extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, a igreja foi profanada e passou a servir de teatro, até que, em 1877, aqui foi instalado o Museu Distrital de Santarém, antecedente do atual núcleo museológico.
A Ponte D. Luís I também chamada Ponte de Santarém sobre o rio Tejo, une Santarém a Almeirim, inaugurada em 17 de Setembro de 1881 e foi considerada na altura, a maior da Península Ibérica, a terceira da Europa e a sexta do Mundo, ficando como um dos exemplares da arquitectura do ferro.
Tinha um comprimento total de 1 213 metros, uma largura de 6 metros a altura de 22 metros
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO COLÉGIO DOS JESUÍTAS
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas, conhecida por Igreja do Seminário, exactamente no Largo Do Seminário, em pleno centro histórico de Santarém. Templo jesuíta, do Séc. XVII, erigido no local onde se encontrava o Paço Real da Alcáçova Nova, abandonado desde o tempo de D. João II. Com a expulsão dos jesuítas de Portugal, ordenada pelo Marquês de Pombal, passou a acolher o Seminário Patriarcal, tendo assim permanecido até ao Séc. XX.A igreja foi elevada a Sé Catedral, aquando da criação da Diocese de Santarém, em 1975.
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