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domingo, 10 de janeiro de 2016

ALCANEDE - UMA PONTA DO PNSAC 26DEZ15










































À época da Reconquista cristã da península Ibérica foi tomado pelo conde D. Henrique (1091) e posteriormente recuperado pelos mouros. A sua posse definitiva foi obtida a partir da conquista pelo rei D. Afonso Henriques (1112-1185), no contexto das conquistas de Santarém e de Lisboa. O seu primeiro Alcaide foi D. Gonçalo Mendes de Sousa, mordomo-mor de D. Afonso Henriques, a quem coube as tarefas de reedificar e ampliar o recinto amuralhado e de povoar e organizar a vila, em momento anterior a 1163.
A vila e seu castelo devem ter-se mantido em estado de alerta quando da incursão almóada de 1171 sob o comando do califa Abu Ya'qub Yusuf I. Pouco mais tarde, D. Sancho I (1185-1211) confiou à Ordem de Calatrava o Castelo de Alcanede, povoação onde esta ordem militar possuía bens, conforme bula datada de 1201. Este património passaria para o nome da Ordem de Avis sob o reinado de D. Dinis (1279-1325). Datam deste último período, diante da expansão demográfica da região, algumas das estruturas mais importantes do castelo, como a Torre de Menagem, coroada por merlões.
Em 1370, sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), os homens da vila de Alcanede foram isentos de participar nas obras do Castelo de Santarém, desde que reparassem as muralhas do seu próprio castelo.
À época da crise de 1383-1385, apoiou o Mestre de Avis, tendo o seu Alcaide, Álvaro Vasques, integrado as forças portuguesas que combateram em território de Castela, tendo perecido no reconhecimento, como voluntário, de um vau do rio Douro.
Sob o reinado de D. Manuel (1495-1521) a vila conheceu um novo surto de crescimento, graças ao Foral Novo outorgado em 1514. Além disso, o soberano custeou parte das obras no castelo e na igreja matriz da vila.
O terramoto de 1531 abalou-lhe a estrutura, marcando o início da sua decadência. Sem função militar e nem importância estratégica, não houve interesse em repará-lo, mergulhando no abandono e no esquecimento.

A reconstrução no século XX
Em ruínas no século XX, o Castelo de Alcanede foi considerado como Imóvel de Interesse Público por Decreto de 18 de Agosto de 1943, sofrendo importantes obras de consolidação e reedificação entre 1941 e 1949 sob a responsabilidade da DGEMN. Nesse período foram reerguidos os panos de muralhas, bem como levantadas diversas estruturas como as torres e os espaços internos do castelo.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

SERRA DE AIRE - FORNEA - P.N.S.A.C.

Depois de um Natal chuvoso, e sempre com a ementa a revelar-se "pesada", há que dar à perna, logo no dia seguinte, para não perder muito do ritmo acumulado.
Como tinha intenção de dar umas voltas pela PNSAC, nomeadamente na Serra de Aire até à Fornea, porque no inverno a paisagem também é apelativa fui aos Alvados e dali subi a serra, só que os aguaceiros começaram e desde logo a volta ficou comprometida, uma vez que a pedra se torna extremamente escorregadia e por via disso perigosa para nos deslocar-mos nestas condições, tive que alterar o percurso descer a serra de regresso aos Alvados e fui por estrada até ao desvio para a Fornea, e fui até à base da mesma, seguindo lado a lado com a ribeira ali existente, que trazia já lá de cima da serra um considerável caudal, levando ali já alguns visitantes como eu de máquina na mão. 
Vou ter que aguardar por melhores dias para voltar a tentar o percurso em questão, de qualquer modo vou pesquisando na net outros percursos em terreno menos perigosos com a chuva para ali poder voltar porque esta zona me despertou desde a primeira vez um interesse extraordinário.



Serra dos Alvados vista do vale


aqui já parte de cima, altura em que devia rodar pela esquerda
e passar lá atrás em cima ao fundo

Alvados
Rotunda na povoação de Orcário 





a caminho da base da Fornea
uma das quedas de água mais popular no percurso até à base da Fornea
cá está a Fornea vista de baixo


A Fórnea, como o próprio nome indica, é um recuo pronunciado em forma de anfiteatro, de uma zona baixa para dentro de um planalto calcário. À parte a explicação científica, os habitantes locais chamam-lhe, até aos dias de hoje, de Fôrnea devido à sua forma que se assemelha a um forno. A designação de Fórnea advém da explicação científica da formação natural desta depressão.
  
As erosões provocadas pelas chuvas e pelas águas nascentes criaram um cenário natural impressionante. Assim, a sua forma assemelha-se a um enorme abatimento da crosta terrestre começando em Chão das Pias – Serro Ventoso - e descendo até Alcaria.
Inserindo-se no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, para além da beleza inerente à sua forma, a Fórnea, é ainda, enriquecida pela natureza que a envolve.
A vegetação baixa e a marca calcária que a caracteriza no topo, em Chão das Pias, forma um espetáculo natural quando vemos a continuidade que se segue, entre a vegetação, as escarpas e as cascatas de água, que rebentam da Cova da Velha em alturas de maior precipitação alimentando o Ribeiro da Fórnea, em direção a Alcaria.

Formação da Fórnea

A Fórnea é um anfiteatro natural com cerca de 1km de diâmetro, escavado nos calcários margosos, margas e calcários do Jurássico inferior e médio, sendo, por isso, um lugar rico em fósseis.
Localizando-se no Polje de Alvados, a Fórnea é uma extensa depressão com o fundo aplanado envolto por vertentes íngremes e por ribeiras temporárias afluentes do Rio Lena, o Rio Cabrão e o Ribeiro da Fórnea, que se juntam para formar o Rio Alcaide.
Estas nascentes temporárias, que são consideradas responsáveis pela formação da Fórnea, através do processo de erosão regressiva, provocaram o recuo das cabeceiras das linhas de água. Foi este processo que permitiu que, hoje em dia, a encosta da Fórnea contenha o relevo tão acentuado que a caracteriza.
Sensivelmente a meio da encosta, é possível visitar uma das nascentes mais elevadas, onde a água nasce da gruta da Cova da Velha.
A gruta da Cova da Velha, visitável na sua parte inicial, tem uma galeria com cerca de 500 metros de extensão, e que se estende ao longo da falha onde se encontram lagos e sifões.





Igreja dos Alvados

Considerada a mais velha da Diocese de Leiria-Fátima, onde pertence, a Igreja Paroquial de Alvados data do século XVII, sendo que a torre sineira de cúpula trabalhada é de 1894. No seu interior, figuram belos altares de talha dourada, decorados com imagens singulares de anjos e santidades.
No interior da igreja, na capela-mor, existe um retábulo de talha dourada, de 1645, que foi oferecida pelos moradores da paróquia. Neste retábulo estão colocadas as imagens da Santíssima Trindade (séc. XVI), de S. Sebastião, considerada uma das mais belas figuras deste santo na região, e a Cruz de Cristo, esculpida em madeira, estilo Barroco, rodeada de elementos decorativos de talha dourada.
Os altares laterais são também de talha dourada fina. Num dos altares situa-se o Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora da Piedade e o Menino. O outro altar colateral possui as imagens da Padroeira, Nossa Senhora da Consolação e de Santo António.