A Ponte João Joaquim Isidro dos Reis
conhecida como Ponte da Chamusca, sobre o rio Tejo na Estrada Nacional 243, une a Chamusca e a Golegã. Inaugurada em 1909, é um exemplar emblemático da construção em ferro, muito em voga no final do Séc. XIX e no início do Séc. XX.
Com uma extensão de 756 m, o tabuleiro da ponte é metálico, sendo a sua largura constante de perfil transversal e com duas faixas de rodagem. Os passeios subdividem-se em duas partes: a interior ao caixão, e inacessível aos peões, e a exterior à superstrutura, destinada à passagem de peões.
A construção da ponte foi, sem dúvida, uma das mais importantes obras realizadas no concelho durante o século passado. A facilidade e a enorme rapidez de transporte entre as duas margens do Tejo que a ponte veio permitir não tinham qualquer paralelo com o serviço proporcionado pelas barcas de passagem, que foram então abandonadas. A esta obra ficou associado o nome de João Joaquim Isidro dos Reis, que fez da construção da ponte uma das principais batalhas da sua vida.
A 31 de Agosto de 1875, a Chamusca perde a sua autonomia comarca, com a transferência da sua sede para a Golegã. Já em 1879, estando no poder o Partido Progressista, do qual fazia parte João Joaquim Isidro dos Reis, este intercedeu junto do governo, para que fosse restaurada a comarca da Chamusca, ou em alternativa lhe fizessem a ponte sobre o Tejo, alegando que a sua situação política seria insustentável se não lhe dessem um destes melhoramentos. A 10 de Maio de 1889, João Joaquim Isidro dos Reis, acompanhado pelos representantes das Câmaras de Torres Novas e Golegã, vai a Lisboa pedir ao conselheiro José Luciano de Castro a construção da ponte, o que levou à aprovação do projecto pela Comissão das Obras Públicas da Câmara dos Pares e à autorização da sua construção em 1899. Em 1900, no Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, Isidro dos Reis interveio junto do então conselheiro, Engenheiro José Fernando de Sousa, para que no plano da rede complementar dos caminhos-de-ferro entre o Mondego e o Tejo se fizesse o ramal de Torres Novas à Golegã, no intuito de vir a servir a Chamusca através da nova ponte. No entanto, este projecto nunca se veio a concretizar e a Chamusca nunca foi servida por caminhos-de-ferro.
A construção da ponte foi adjudicada à companhia francesa Fives-Lille a 21 de Outubro de 1905 e arrancaria somente em 1908, apesar de a primeira pedra ter sido lançada em Maio de 1906 (o primeiro dos onze tramos da ponte seria corrido a 22 de Fevereiro de 1908). A abertura da ponte ao trânsito ocorreu a 31 de Agosto de 1909.
A Casa dos Patudos
Situada em Alpiarça, foi construída entre 1905 e 1909, e o autor do projecto foi o arquitecto Raul Lino, por encomenda de José Relvas.
Relvas legou a quinta dos Patudos e praticamente todos os seus demais bens ao município de Alpiarça por testamento de 1929. Entre várias vontades que são referidas nesse testamento, uma delas é que a Casa fosse conservada como museu, que é actualmente referido por especialistas como o mais importante museu autárquico do país e é procurado por muitos milhares de visitantes.
Nessa casa podemos encontrar obras de arquitectura, pintura, escultura e artes decorativas e sumptuárias (azulejaria, porcelana, mobiliário, têxteis e outras) de autores portugueses e de outros países da Europa, com abordagem de "mestres de referência" de Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda e também dos ricos núcleos de obras da Índia, Pérsia, China e Japão. O vasto leque cronológico estende-se desde os finais da Idade Média até aos inícios do Séc. XX, oferecendo aos visitantes percurso único e de grande interesse pelos grandes momentos da História da Arte.
Santarém, antiga Scalabis, conquistada a 15 de Março de 1147, por D.Afonso Henriques Num golpe audacioso, durante a noite, com um escasso exército reunido pelo Rei de Portugal. Cidade antiga terá sido contactada por Fenícios, Gregos e Cartagineses. A fundação desta cidade, reporta à mitologia greco-romana e cristã, reconhecendo-se nos nomes de Habis e de Irene, as suas origens míticas. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao Séc. VIII a.C..A população terá colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a.C. e a designaram como Scalabis, neste período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia. Destes recebeu o nome Scalabi Castro. Com as invasões dos Alanos e dos Vândalos passou a ser designada por Santa Irene.Passou para a posse dos mouros em 715, vindo a ser conquistada pelo conde D. Henrique, e voltar à posse dos mouros, em 1110, até que D. Afonso Henriques a conquista definitivamente em 1147. A cidade foi palco de inúmeras Cortes.
A Ponte Salgueiro Maia sobre o rio Tejo no IC 10, está situada junto ao Vale de Santarém a jusante da cidade, inaugurada em 11de Junho de 2000. A ponte tem um comprimento total de 4300 metros sendo a travessia sobre o Tejo uma ponte com tirantes de 570 metros de tabuleiro e o resto em viaduto, o nome da ponte é uma homenagem ao capitão Salgueiro Maia.
A Igreja de Santa Cruz
É um dos monumentos escalabitanos mais representativos do estilo gótico, não obstante incluir elementos de outras correntes arquitectónicas, como o renascimento e o barroco, datada do Séc. XIII, foi a sede de uma antiga paróquia, extinta no século XIX. A igreja foi edificada no Séc. XIII, sendo a data concreta da sua instituição desconhecida, sabendo-se apenas que teve o patrocínio da coroa. Porém, o facto de, ainda no século XII, Santa Cruz aparecer como sede paroquial leva a supor da existência de um primitivo e modesto templo, construído após a Reconquista da cidade, na sequência da nova organização cristã e do aumento demográfico então verificado. Desta forma, a actual igreja teria sido edificada num local já anteriormente consagrado ao culto.
Em 1280, D. Dinis doa o templo à Real Colegiada de Santa Maria da Alcáçova, em troca das igrejas de Alcoentre e Tagarro. No Séc. XIV, o templo é reconstruído por iniciativa do Conde Lourenço Domingues Minatos e de sua mulher, Iria Afonso Caeira, que se encontram ambos sepultados na capela-mor. Em 1551, a nave foi reconstruída, tendo sido executadas as colunas divisórias.
Ainda no mesmo ano, foi colocado o púlpito renascentista e foi edificado o coro, do qual apenas resta actualmente a balaustrada mudéjar. Em 1681, foram executados os azulejos que revestem a capela-mor e a capela baptismal. Na primeira metade do Séc. XVIII, foi executado o pórtico barroco, da autoria de João Antunes, e que actualmente se encontra adossado à fachada nascente da Casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Esta casa, que se encontra junto à fachada sul da igreja, foi erigida em 1715. Em 1733, foi construída a torre sineira.
É um dos monumentos mais emblemáticos do gótico mendicante da cidade de Santarém, a igreja é a parte remanescente do antigo convento das clarissas, aqui estabelecido em 1264. Atualmente, encontra-se rodeada por um amplo espaço, onde antes se encontravam as dependências conventuais, demolidas no início do século XX, e nas quais se incluía um claustro maneirista, classificado como Monumento Nacional desde 1917.
A sua fundação remonta a 1259, no reinado de D. Afonso III, quando as clarissas, provenientes de Lamego, se decidem fixar em Santarém. O edifício conventual estava já pronto em 1264, tendo a igreja sido sagrada no ano seguinte. D. Branca Lourenço de Avelar, (1338-1371), Senhora da Quintã de Oeiras foi Dona de S. Clara de Santarém. Filha do Conde D. Lourenço Martins de Avelar, o Velho e de D. Brites Anes de Castela. As obras prolongando-se durante todo o século XIII e na primeira metade do século XIV. Durante o reinado de D. Dinis, foram realizados importantes benefícios patrocinados quer pela Rainha D. Isabel, quer pelo próprio rei. Particularmente importante durante a primeira fase de edificação da obra parece ter sido D. Leonor Afonso, filha de D. Afonso III e que foi freira nesta casa. Esta infanta foi mais tarde, em 1325, sepultada na igreja do convento. Do início do século XIV, data o túmulo de Martim Afonso Chichorro, filho bastardo do mesmo rei, e que atualmente se encontra na Igreja de São João de Alporão.
Em 1564, é executado um retábulo por Diogo de Contreiras e, no início do século seguinte, é concluído o cadeiral do coro. Na segunda metade do século XVII, em consequência de dois graves incêndios (em 1668 e no ano seguinte), a parte conventual foi inteiramente modificada, tendo a igreja sido significativamente alterada. De entre as obras então levadas a cabo, são de salientar a supressão do transepto, a divisão do amplo corpo da igreja, a execução de um novo tecto em caixotões e a aplicação de revestimento azulejar maneirista. Já nos séculos XVIII e XIX, a igreja é alvo de inúmeras alterações, em 1817 o órgão é executado por António Xavier Machado e Cerveira. Este órgão seria em 1902 transferido para a Igreja de Santa Maria de Marvila, onde ainda hoje se encontra. O convento seria encerrado em 1902, ano em que faleceu a última freira. O edifício entra então definitivamente em ruína, sendo os seus bens vendidos e o seu recheio desbaratado por particulares. Os edifícios conventuais, incluindo o claustro maneirista, são demolidos em 1906, tendo apenas sido poupada a igreja. Nas décadas de 30 e de 40 do século XX, foi levada a cabo uma intervenção que pretendeu restituir o monumento à sua pureza original, o que determinou a supressão de todos os elementos não góticos que subsistiam na igreja. Do valiosíssimo espólio perdido, há a salientar o retábulo quinhentista de Contreiras, o cadeiral do coro, os tectos em caixotões, os painéis de azulejos e os restantes elementos barrocos.
Convento de São Francisco
O Convento de São Francisco, em Santarém, é dos melhores exemplares do gótico mendicante em Portugal. Fundado em 1242 por D. Sancho II, por altura do estabelecimento dos franciscanos na cidade. A extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, e o incêndio de 1940 contribuíram para o seu estado de degradação, estando neste momento em obras como se pode ver nas fotos. Foi classificado pelo IPPAR como Monumento Nacional em 1917.
Instalados na cidade em 1240, os franciscanos iniciaram a construção do seu convento dois anos depois, no reinado de D. Sancho II. A data exata é desconhecida, a igreja estaria concluída apenas na segunda metade do século, cerca de 1282. O convento acolheu numerosos enterramentos nos primeiros séculos de existência, um dos quais o mais emblemático, o do rei D. Fernando, em 1383. Este monarca patrocinou, na segunda metade do século XIV, várias obras de ampliação e reconstrução. A elevação do convento a panteão régio mostra a recusa evidente do Mosteiro de Alcobaça pelo rei, panteão de D. Pedro I, seu pai. Em 1376, D. Fernando ordena mesmo a transladação das ossadas da sua mãe, D. Constança Manuel, para o coro-alto. No Séc. XV, D. Duarte de Menezes, leva a cabo a segunda etapa da construção do claustro. Em 1464, morre D. Duarte de Menezes em Alcácer Seguer, tendo D. Isabel de Castro, a sua viúva, ordenado a edificação da sua capela sepulcral, que constitui a atual Capela das Almas. Em 1477, debaixo do alpendre anexo à entrada principal da igreja, D. João II presta juramento como rei. Nos Séc. XVI e XVII, são executadas várias obras de reconstrução, destas intervenções, as mais significativas foram a construção do arco renascentista da Capela de Santa Ana e a reconstrução da Capela das Almas, que lhe conferiu um traçado maneirista, esta última atribuída ao arquiteto Pedro Nunes Tinoco. Já no Séc. XIX, após a extinção do convento, é instalado na igreja e no claustro o Regimento de Cavalaria nº 4, permanecendo até meados do Séc. XX. O edifício conventual entra num ciclo de degradação que o trará ao seu estado atual, agravada por um incêndio em 1940, determinou a transladação dos túmulos de D. Fernando e de sua mãe, para o Museu Arqueológico do Convento do Carmo, e de D. Duarte de Menezes, para a Igreja de São João de Alporão, este último em 1928.
Perfil de altitude (altimetria) Elevação: 12 m - 75.5 km
Diferenças de Altitudes
108 Meter (Altitude desde 5 Meter para 113 Meter)
Subida acumulada 541 Meter
Descida acumulada 541 Meter