quinta-feira, 19 de abril de 2012

SANTARÉM

Dia 03 de Abril com uma pequena reparação para fazer na minha máquina decidi fazer estrada, passei por Almeirim na Ribabike e rumei a Santarém, pelo caminho lembrei-me da riqueza cultural da cidade, e visitei alguns monumentos, sem dúvida que há muito mais para explorar, mas noutras condições e ocasiões.

A Ponte João Joaquim Isidro dos Reis

conhecida como Ponte da Chamusca, sobre o rio Tejo na Estrada Nacional 243, une a Chamusca e a Golegã. Inaugurada em 1909, é um exemplar emblemático da construção em ferro, muito em voga no final do Séc. XIX e no início do Séc. XX.

Com uma extensão de 756 m, o tabuleiro da ponte é metálico, sendo a sua largura constante de perfil transversal e com duas faixas de rodagem. Os passeios subdividem-se em duas partes: a interior ao caixão, e inacessível aos peões, e a exterior à superstrutura, destinada à passagem de peões.

A construção da ponte foi, sem dúvida, uma das mais importantes obras realizadas no concelho durante o século passado. A facilidade e a enorme rapidez de transporte entre as duas margens do Tejo que a ponte veio permitir não tinham qualquer paralelo com o serviço proporcionado pelas barcas de passagem, que foram então abandonadas. A esta obra ficou associado o nome de João Joaquim Isidro dos Reis, que fez da construção da ponte uma das principais batalhas da sua vida.

A 31 de Agosto de 1875, a Chamusca perde a sua autonomia comarca, com a transferência da sua sede para a Golegã. Já em 1879, estando no poder o Partido Progressista, do qual fazia parte João Joaquim Isidro dos Reis, este intercedeu junto do governo, para que fosse restaurada a comarca da Chamusca, ou em alternativa lhe fizessem a ponte sobre o Tejo, alegando que a sua situação política seria insustentável se não lhe dessem um destes melhoramentos. A 10 de Maio de 1889, João Joaquim Isidro dos Reis, acompanhado pelos representantes das Câmaras de Torres Novas e Golegã, vai a Lisboa pedir ao conselheiro José Luciano de Castro a construção da ponte, o que levou à aprovação do projecto pela Comissão das Obras Públicas da Câmara dos Pares e à autorização da sua construção em 1899. Em 1900, no Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, Isidro dos Reis interveio junto do então conselheiro, Engenheiro José Fernando de Sousa, para que no plano da rede complementar dos caminhos-de-ferro entre o Mondego e o Tejo se fizesse o ramal de Torres Novas à Golegã, no intuito de vir a servir a Chamusca através da nova ponte. No entanto, este projecto nunca se veio a concretizar e a Chamusca nunca foi servida por caminhos-de-ferro.

A construção da ponte foi adjudicada à companhia francesa Fives-Lille a 21 de Outubro de 1905 e arrancaria somente em 1908, apesar de a primeira pedra ter sido lançada em Maio de 1906 (o primeiro dos onze tramos da ponte seria corrido a 22 de Fevereiro de 1908). A abertura da ponte ao trânsito ocorreu a 31 de Agosto de 1909.

A Casa dos Patudos

Situada em Alpiarça, foi construída entre 1905 e 1909, e o autor do projecto foi o arquitecto Raul Lino, por encomenda de José Relvas.

Relvas legou a quinta dos Patudos e praticamente todos os seus demais bens ao município de Alpiarça por testamento de 1929. Entre várias vontades que são referidas nesse testamento, uma delas é que a Casa fosse conservada como museu, que é actualmente referido por especialistas como o mais importante museu autárquico do país e é procurado por muitos milhares de visitantes.

Nessa casa podemos encontrar obras de arquitectura, pintura, escultura e artes decorativas e sumptuárias (azulejaria, porcelana, mobiliário, têxteis e outras) de autores portugueses e de outros países da Europa, com abordagem de "mestres de referência" de Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda e também dos ricos núcleos de obras da Índia, Pérsia, China e Japão. O vasto leque cronológico estende-se desde os finais da Idade Média até aos inícios do Séc. XX, oferecendo aos visitantes percurso único e de grande interesse pelos grandes momentos da História da Arte.

Muralhas das Portas de Sol
Santarém

Santarém, antiga Scalabis, conquistada a 15 de Março de 1147, por D.Afonso Henriques Num golpe audacioso, durante a noite, com um escasso exército reunido pelo Rei de Portugal. Cidade antiga terá sido contactada por Fenícios, Gregos e Cartagineses. A fundação desta cidade, reporta à mitologia greco-romana e cristã, reconhecendo-se nos nomes de Habis e de Irene, as suas origens míticas. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao Séc. VIII a.C..A população terá colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a.C. e a designaram como Scalabis, neste período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia. Destes recebeu o nome Scalabi Castro. Com as invasões dos Alanos e dos Vândalos passou a ser designada por Santa Irene.Passou para a posse dos mouros em 715, vindo a ser conquistada pelo conde D. Henrique, e voltar à posse dos mouros, em 1110, até que D. Afonso Henriques a conquista definitivamente em 1147. A cidade foi palco de inúmeras Cortes.

Ribeira de Santarém
Rio Tejo
Ponte Salgueiro Maia

A Ponte Salgueiro Maia sobre o rio Tejo no IC 10, está situada junto ao Vale de Santarém a jusante da cidade, inaugurada em 11de Junho de 2000. A ponte tem um comprimento total de 4300 metros sendo a travessia sobre o Tejo uma ponte com tirantes de 570 metros de tabuleiro e o resto em viaduto, o nome da ponte é uma homenagem ao capitão Salgueiro Maia.

A Igreja de Santa Cruz

É um dos monumentos escalabitanos mais representativos do estilo gótico, não obstante incluir elementos de outras correntes arquitectónicas, como o renascimento e o barroco, datada do Séc. XIII, foi a sede de uma antiga paróquia, extinta no século XIX. A igreja foi edificada no Séc. XIII, sendo a data concreta da sua instituição desconhecida, sabendo-se apenas que teve o patrocínio da coroa. Porém, o facto de, ainda no século XII, Santa Cruz aparecer como sede paroquial leva a supor da existência de um primitivo e modesto templo, construído após a Reconquista da cidade, na sequência da nova organização cristã e do aumento demográfico então verificado. Desta forma, a actual igreja teria sido edificada num local já anteriormente consagrado ao culto.

Em 1280, D. Dinis doa o templo à Real Colegiada de Santa Maria da Alcáçova, em troca das igrejas de Alcoentre e Tagarro. No Séc. XIV, o templo é reconstruído por iniciativa do Conde Lourenço Domingues Minatos e de sua mulher, Iria Afonso Caeira, que se encontram ambos sepultados na capela-mor. Em 1551, a nave foi reconstruída, tendo sido executadas as colunas divisórias.

Ainda no mesmo ano, foi colocado o púlpito renascentista e foi edificado o coro, do qual apenas resta actualmente a balaustrada mudéjar. Em 1681, foram executados os azulejos que revestem a capela-mor e a capela baptismal. Na primeira metade do Séc. XVIII, foi executado o pórtico barroco, da autoria de João Antunes, e que actualmente se encontra adossado à fachada nascente da Casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Esta casa, que se encontra junto à fachada sul da igreja, foi erigida em 1715. Em 1733, foi construída a torre sineira.

Convento de Santa Clara

É um dos monumentos mais emblemáticos do gótico mendicante da cidade de Santarém, a igreja é a parte remanescente do antigo convento das clarissas, aqui estabelecido em 1264. Atualmente, encontra-se rodeada por um amplo espaço, onde antes se encontravam as dependências conventuais, demolidas no início do século XX, e nas quais se incluía um claustro maneirista, classificado como Monumento Nacional desde 1917.

A sua fundação remonta a 1259, no reinado de D. Afonso III, quando as clarissas, provenientes de Lamego, se decidem fixar em Santarém. O edifício conventual estava já pronto em 1264, tendo a igreja sido sagrada no ano seguinte. D. Branca Lourenço de Avelar, (1338-1371), Senhora da Quintã de Oeiras foi Dona de S. Clara de Santarém. Filha do Conde D. Lourenço Martins de Avelar, o Velho e de D. Brites Anes de Castela. As obras prolongando-se durante todo o século XIII e na primeira metade do século XIV. Durante o reinado de D. Dinis, foram realizados importantes benefícios patrocinados quer pela Rainha D. Isabel, quer pelo próprio rei. Particularmente importante durante a primeira fase de edificação da obra parece ter sido D. Leonor Afonso, filha de D. Afonso III e que foi freira nesta casa. Esta infanta foi mais tarde, em 1325, sepultada na igreja do convento. Do início do século XIV, data o túmulo de Martim Afonso Chichorro, filho bastardo do mesmo rei, e que atualmente se encontra na Igreja de São João de Alporão.

rosácea
as cinco quinas

Em 1564, é executado um retábulo por Diogo de Contreiras e, no início do século seguinte, é concluído o cadeiral do coro. Na segunda metade do século XVII, em consequência de dois graves incêndios (em 1668 e no ano seguinte), a parte conventual foi inteiramente modificada, tendo a igreja sido significativamente alterada. De entre as obras então levadas a cabo, são de salientar a supressão do transepto, a divisão do amplo corpo da igreja, a execução de um novo tecto em caixotões e a aplicação de revestimento azulejar maneirista. Já nos séculos XVIII e XIX, a igreja é alvo de inúmeras alterações, em 1817 o órgão é executado por António Xavier Machado e Cerveira. Este órgão seria em 1902 transferido para a Igreja de Santa Maria de Marvila, onde ainda hoje se encontra. O convento seria encerrado em 1902, ano em que faleceu a última freira. O edifício entra então definitivamente em ruína, sendo os seus bens vendidos e o seu recheio desbaratado por particulares. Os edifícios conventuais, incluindo o claustro maneirista, são demolidos em 1906, tendo apenas sido poupada a igreja. Nas décadas de 30 e de 40 do século XX, foi levada a cabo uma intervenção que pretendeu restituir o monumento à sua pureza original, o que determinou a supressão de todos os elementos não góticos que subsistiam na igreja. Do valiosíssimo espólio perdido, há a salientar o retábulo quinhentista de Contreiras, o cadeiral do coro, os tectos em caixotões, os painéis de azulejos e os restantes elementos barrocos.

interior do convento
bonito realce do vitral da rosácea

Convento de São Francisco

O Convento de São Francisco, em Santarém, é dos melhores exemplares do gótico mendicante em Portugal. Fundado em 1242 por D. Sancho II, por altura do estabelecimento dos franciscanos na cidade. A extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, e o incêndio de 1940 contribuíram para o seu estado de degradação, estando neste momento em obras como se pode ver nas fotos. Foi classificado pelo IPPAR como Monumento Nacional em 1917.

São Francisco de Assis

Instalados na cidade em 1240, os franciscanos iniciaram a construção do seu convento dois anos depois, no reinado de D. Sancho II. A data exata é desconhecida, a igreja estaria concluída apenas na segunda metade do século, cerca de 1282. O convento acolheu numerosos enterramentos nos primeiros séculos de existência, um dos quais o mais emblemático, o do rei D. Fernando, em 1383. Este monarca patrocinou, na segunda metade do século XIV, várias obras de ampliação e reconstrução. A elevação do convento a panteão régio mostra a recusa evidente do Mosteiro de Alcobaça pelo rei, panteão de D. Pedro I, seu pai. Em 1376, D. Fernando ordena mesmo a transladação das ossadas da sua mãe, D. Constança Manuel, para o coro-alto. No Séc. XV, D. Duarte de Menezes, leva a cabo a segunda etapa da construção do claustro. Em 1464, morre D. Duarte de Menezes em Alcácer Seguer, tendo D. Isabel de Castro, a sua viúva, ordenado a edificação da sua capela sepulcral, que constitui a atual Capela das Almas. Em 1477, debaixo do alpendre anexo à entrada principal da igreja, D. João II presta juramento como rei. Nos Séc. XVI e XVII, são executadas várias obras de reconstrução, destas intervenções, as mais significativas foram a construção do arco renascentista da Capela de Santa Ana e a reconstrução da Capela das Almas, que lhe conferiu um traçado maneirista, esta última atribuída ao arquiteto Pedro Nunes Tinoco. Já no Séc. XIX, após a extinção do convento, é instalado na igreja e no claustro o Regimento de Cavalaria nº 4, permanecendo até meados do Séc. XX. O edifício conventual entra num ciclo de degradação que o trará ao seu estado atual, agravada por um incêndio em 1940, determinou a transladação dos túmulos de D. Fernando e de sua mãe, para o Museu Arqueológico do Convento do Carmo, e de D. Duarte de Menezes, para a Igreja de São João de Alporão, este último em 1928.

Homenagem ao Infante de Santo
nave central da entrada do Mercado de Santarém
decoração exterior


Perfil de altitude (altimetria) Elevação: 12 m - 75.5 km

Diferenças de Altitudes

108 Meter (Altitude desde 5 Meter para 113 Meter)
Subida acumulada 541 Meter
Descida acumulada 541 Meter

segunda-feira, 16 de abril de 2012

SANTARÉM II

Igreja de Santa Maria de Marvila

Situada no largo conhecido anteriormente como Praça Nova, onde se localizavam os Paços do Concelho na Idade Média, em pleno centro histórico da cidade. A igreja, que remonta à reconquista cristã, era uma das mais importantes da antiga vila. O templo atual, representativo do manuelino e renascimento, é fruto das várias campanhas construtivas que foi sofrendo ao longo do tempo. Classificada Monumento Nacional desde 1917.

A igreja resulta, provavelmente, da refundação de uma antiga mesquita da medina islâmica de Santarém, dos tempos da reconquista cristã, sendo depois entregue à Mitra de Lisboa, no tempo do bispo D. Gilberto. Mais tarde, em 1159, a posse do templo foi doada por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários. A paróquia aqui sediada era considerada a mais importante da vila, tendo a igreja sido elevada a colegiada em 1244, por reforma do bispo de Lisboa, D. Aires Vasques, tomando a designação de Colegiada de Santa Maria de Marvila. Este nome provém, ao que tudo indica, de uma imagem (hoje desaparecida) ofertada por São Bernardo no século XII, Nossa Senhora das Maravilhas, denominação que, por deturpação popular, gerou o vocábulo Marvila, o atual orago é Nossa Senhora da Assunção.

Na sequência da sua cristianização, a igreja foi totalmente reconstruída em meados do Séc. XIII, adquirindo então uma aparência gótica da qual já muito pouco resta na atualidade. No entanto, a intervenção mais marcante haveria de ser levada a cabo na primeira metade do século XVI, quando sob o patrocínio do Vice-Rei da Índia, D. Francisco de Almeida, a igreja foi ampliada e totalmente reformada. Esta campanha construtiva, que estaria concluída em 1530, conferiu a atual configuração manuelina ao templo, datando desta mesma época o portal principal, os arcos interiores, a cabeceira e a torre primitiva. Na sequência do terramoto de 1531, no reinado de D. João III, de cunho renascentista, efetuou a reforma geral do interior. Em 1573, reuniu-se na igreja o Capítulo Geral da Ordem de Cristo, presidido pelo rei D. Sebastião.

Na primeira metade do Séc.XVII, regista-se uma nova intervenção, de cunho maneirista, a cargo dos mestres Francisco Coelho e Sebastião Domingues, de que é exemplo o Calvário que tapa um dos óculos. Ainda neste período foi levada a cabo a campanha de aplicação dos azulejos das capelas da cabeceira e da capela-mor, entre 1617 e 1620, e das naves laterais, entre 1635 1639. Este riquíssimo património azulejar justifica o epíteto de catedral do azulejo pelo qual o templo é conhecido. Ainda desta intervenção datam o retábulo pictórico executado pelo pintor Simão Rodrigues, do qual apenas resta a tela sobre o arco triunfal, a pintura da abóboda da sacristia, em 1960, e a construção do retábulo em talha dourada do alta- mor, em 1700. Este último perder-se-ia durante as Invasões Francesas.

Em 1876, a torre sineira manuelina, com planta circular e rematada por um coruchéu piramidal com gárgulas, foi demolida, dando lugar à atual, integrada na fachada. A torre primitiva era rasgada, na sua secção inferior, por dois arcossólios góticos, nos quais se enquadravam os túmulos de Gonçalo Gil Barbosa e de Francisco Barbosa. Em 1902, foi transferido para aqui o órgão da Igreja de Santa Clara, que tinha sido executado em 1817 pelo mestre organeiro António Xavier Machado e Cerveira.

IGREJA DE SÃO JOÃO DE ALPORÃO

A Igreja de São João de Alporão está localizada na freguesia de Marvila, Santarém. Junto à Torre das Cabaças, em pleno centro histórico da cidade, sendo um dos seus monumentos mais emblemáticos. Este templo, provavelmente o melhor exemplar da arte românica no sul do país, data do século XII, pertenceu à Ordem dos Hospitalários. Foi profanado no século XIX, acolhendo actualmente o núcleo de arqueologia do Museu Municipal de Santarém. Classificado de Monumento Nacional desde 1910.

Nos Séc.XIII / XIV, a igreja integrava um complexo monacal situado junto da porta de Alpramou de Alporão, denominado Mosteiro de São João do Hospital, pensa-se que uma das funções do templo junto à porta teria sido a de proteger o acesso militar à cidade pelo lado nascente e vigiar a entrada de judeus na cidade, de acordo com as regras estabelecidas entre os cristãos e aquela minoria étnica. A fundação deste templo deve-se, à Ordem de São João do Hospital, cuja fixação na então vila se deu entre 1159 e 1185. O período exacto de construção da igreja é desconhecido, apesar de não restarem dúvidas de ocorreu nas últimas décadas do Séc. XII. A campanha artística continuou para lá da construção, conforme se denota na forte presença de elementos característicos do estilo gótico, nomeadamente na cabeceira.

A igreja era inicialmente ladeada por uma pesada torre românica circular, que flanqueava a fachada lateral a norte, que reforçava o carácter fortificado do conjunto. Esta torre foi demolida em 1785 para permitir a passagem do coche real de D. Maria I, numa visita efetuada por esta soberana à então vila de Santarém. Com a extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, a igreja foi profanada e passou a servir de teatro, até que, em 1877, aqui foi instalado o Museu Distrital de Santarém, antecedente do atual núcleo museológico.

uma das famosas rosaceas

Portas de Sol

A esfera armilar (nas portas de sol)
Instrumento de astronomia aplicado em navegação. A esfera armilar foi desenvolvida ao longo dos tempos por inúmeros povos que habitavam o lado asiático e os seus registos constam em pinturas de cerâmica e documentos que os chineses durante o século I A.C. já (Dinastia Han) se conheciam a esfera armilar, sabe-se também, que nessa época, um astrônomo chinês Zhang Heng considerado a primeira pessoa a usar engrenagens e mecanismos de articulação hidráulicas no eixo da esfera armilar para reproduzir os movimentos da mecânica celeste para fins didáticos, entretanto o nome do instrumento vem do latim armilla ("bracelete"), visto que tem um esqueleto feito de anéis concêntricos articulados nos polos com escala de graduações e outros perpendiculares representando o equador, a eclíptica , indicando o curso do sol em relação as estrelas de fundo para os 365 dias do ano, os meridianos e os paralelos.
Tejo e Ponte D. Luís I, vistos das Portas de Sol
Ponte D. Luís I

A Ponte D. Luís I também chamada Ponte de Santarém sobre o rio Tejo, une Santarém a Almeirim, inaugurada em 17 de Setembro de 1881 e foi considerada na altura, a maior da Península Ibérica, a terceira da Europa e a sexta do Mundo, ficando como um dos exemplares da arquitectura do ferro.

Tinha um comprimento total de 1 213 metros, uma largura de 6 metros a altura de 22 metros

D. Afonso Henriques
banco de ajulejo nas Portas de Sol
homenagem aos combatentes mortos na grande guerra

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO COLÉGIO DOS JESUÍTAS

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas, conhecida por Igreja do Seminário, exactamente no Largo Do Seminário, em pleno centro histórico de Santarém. Templo jesuíta, do Séc. XVII, erigido no local onde se encontrava o Paço Real da Alcáçova Nova, abandonado desde o tempo de D. João II. Com a expulsão dos jesuítas de Portugal, ordenada pelo Marquês de Pombal, passou a acolher o Seminário Patriarcal, tendo assim permanecido até ao Séc. XX.A igreja foi elevada a Sé Catedral, aquando da criação da Diocese de Santarém, em 1975.

Moço fidalgo da Casa Real, par do reino, ministro de Estado, Marechal de Campo, director da Escola do Exército, presidente do conselho ultramarino; sócio benemérito da Academia Real das Ciências, nascido em Santarém a 26 de Setembro de 1795, faleceu em Lisboa a 6 de Janeiro de 1876

Igreja de Nossa Senhora da Piedade
Situada no centro histórico de Santarém, onde antigamente se erguia a Porta de Leiria. Este templo, característico da transição entre o maneirismo e o barroco, data do Séc.XVII erigido em sinal de agradecimento pela vitória portuguesa na Batalha do Ameixial. Esteve integrado no Convento de Nossa Senhora da Piedade até à extinção das ordens religiosas, em 1834.
Este rei pretendia agradecer o Milagre de Nossa Senhora da Piedade, ocorrido em 11 de Julho de 1663, e que viria a contribuir, segundo a crença popular e religiosa, para a vitória na Batalha do Ameixial. No local em que o templo foi erigido existia uma primitiva ermida, a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, fundada em 1611 pelo religioso capucho Afonso da Piedade, que foi integrada no novo edifício, passando a servir como capela-mor. Ainda neste local, situava-se a Porta de Leiria, uma das portas mais importantes da cintura de muralhas da antiga vila, que foi integrada numa das paredes da igreja. As obras do novo templo, que seguiram um projecto traçado pelo arquitecto régio João Nunes Tinoco, só estariam terminadas em 1691, já no reinado de D. Pedro II.
A igreja, que havia sido cedida aos frades agostinhos descalços em 1688, para que aqui estabelecessem o seu convento, só foi entregue a estes religiosos sete anos mais tarde, em 1695. A partir de 1688, as obras passaram a ser dirigidas por Roque Monteiro Paim, tendo a cúpula sido desenvolvida segundo o risco do mestre Jácome Mendes. Devido ao arrastar das obras, a cúpula só seria definitivamente fechada em 1721. O órgão data de 1795, tendo sido executado por Joaquim António Peres Fontanes.
Em 1834, a parte conventual do conjunto foi vendida, passando a servir como casas de habitação. A igreja, que seria reaberta ao culto em 1840, acolheu a sede da paróquia do Salvador de 1846 até 1869, quando voltou a ser a capela particular da Irmandade de Nossa Senhora da Piedade.
ponte romana entre a Portela
e a Póvoa de Santarém
a nossa antiga ponte do Fernão Leite, ou também "ponte-de-pau"
as minhas origens