sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PALMELA / VIGIA DA SERRA SÃO LUÍS

Ontem decidi ir até ao cimo da Serra de São Luís, e não obstante do intenso nevoeiro matinal, o que me adiou a partida em 1h30, lá fui, direcção a Palmela decidido à vigia da serra de São Luís, nunca tinha subido aquilo sozinho, pensei que ia doer mais, mas afinal com calma lá fui subindo e apesar do esforço admirando a paisagem, sempre magnifica.
Lá em cima vai de fotografias havia ainda alguma réstia de nevoeiro nalguns locais, o que conferia uma beleza adicional a algumas fotos.
A beleza do local é indescritível, acho que nem mesmo nas fotos, dá para sentir aquilo, só lá indo, e quem já foi dar-e há razão de certeza.
Azar dos azares, quando cheguei a casa hoje para colocar as belas fotos, estavam com vírus, tou tramado, ou não acho que vou ter que lá voltar brevemente, para repetir a dose.
A boa noticia é que vou novamente poder desfrutar daquela magnifica paisagem, afinal nem tudo é mau.


Diferenças de Altitudes

379 Meter (Altitude desde 1 Meter para 380 Meter)
Subida acumulada 838 Meter
Descida acumulada 864 Meter


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

APOSTIÇA / SANTANA / PEDREIRAS DA ACHADA

Ontem a ideia era passar pelo Apostiça em direcção à Nac.379, para Sesimbra e depois logo via, em que direcção rodava.
Decidi ir para a estrada da pedreiras em direcção à Pedreira da Achada, Sesimbra, subi fui ao moinho na Estrada do Facho de Santana, registei o momento com as fotos aqui colocadas e rumei à descoberta (pensava eu) do caminho à volta das pedreiras.
Poucos metros de sair junto do moinho e já no alcatrão desci para o mato, descobri depois que tinha seguido pelo trilho errado que se foi fechando a pouco e pouco, teimoso como sou insisti em frente, azar, andei um bom tempo para ali a tentar ver uma caminho de saída dali e nada, só me restou uma alternativa que me fez perder uma hora - voltar para trás, o que condicionou o resto da volta, por falta de tempo.
Como não estudei a volta em si, antes de a fazer, já que a intenção não passava declaradamente por ali, vai ter que ficar para a próxima, mas uns belos arranhões, que vão servir de lição, ninguém me tira.
Apesar disso, o empeno foi bom, pena que o telemóvel tenha ficado sem bateria a meio da coisa.

esta bela recta da Apostiça, que liga a quinta do Peru à Nac.379
não há como a vida do campo...
vista geral de São Luís e do Louro

Castelo de Sesimbra
a vista dali deve ser ainda melhor que esta!!!

CASTELO DE SESIMBRA

Foi conquistado aos Mouros em 21 de Fevereiro de 1165, por D. Afonso Henriques e abandonado em Junho de 1189, devido á investida do Califado Almoada do Mirambolim Iacube então rei de Sevilha, que reconquistou Alcácer do Sal e prosseguindo até Sesimbra atacou o Castelo destruindo toda a sua estrutura defensiva até aos alicerces. Só em 1200 foi possível ocorrer a tomada definitiva de Sesimbra, no reinado de D. Sancho I, com a ajuda militar dos Cruzados Francos. O Monarca ordenou então a reconstrução desta praça forte, tendo-se destacado os amigos de D. Guilherme de Flandres, que se ofereceram para povoar e defender esta importante zona do litoral.

O novo Castelo delimitado pela antiga Alcáçova foi construído de acordo com as recentes técnicas militares do Gótico, tendo por ex-libris a torre de menagem ligada á muralha que passou a envolver a vila de então, tendo D. Sancho I atribuído o 1º Foral de Sesimbra em Agosto de 1201, confirmado em 1218 por D. Afonso II.

Em 1236 D.Sancho II, como forma de recompensa à Ordem de Santiago, pelos serviços prestados nas querelas da reconquista do território, fez doação da Vila e do Castelo à Ordem de Santiago.

No reinado de D. Dinis em 1323, este ordena novas obras de restauro, erguendo também o torreão a poente e conferindo á vila vários privilégios e demarcando-lhes largos limites concelhios. Mais tarde já no reinado de D. Fernando, a fortificação sofre de novo danos terríveis, provocados pela armada Castelhana fundeada no Tejo, fazendo o cerco a Lisboa e pilhando e destruindo os arredores. No relatório da "visitação" efectuada em 1516 por D. Jorge, Mestre da Ordem de Santiago, é notório o estado de degradação do Castelo, o que levou a nova intervenção para restauro do mesmo em 1570.

Entre 1640/48, no período da Restauração, D.João IV, incumbiu o eng.real João de Cosmander de reconstruir o castelo, tendo este acrescentado revelins em locais estratégicos. Posteriormente em 1721 efectua-se o restauro da Igreja de Santa Maria do Castelo, que fora edificada por D. Afonso Henriques.

O terrível Terramoto de 1755, arrasa Lisboa e arredores e o velho castelo quase sucumbe á sua fúria devastadora, tendo ficado com danos que o tempo se encarregou de os tornar quase irrecuperáveis. Em 1934/44 a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais efectua as obras de restauro e recuperação do monumento dando-lhe a feição que actualmente conhecemos.




Sesimbra lá em baixo

uma boa reverência na estrada do Facho de Santana

antiga habitação em São João de Brito, por cima das pedreiras


Diferenças de Altitudes

257 Meter (Altitude desde 1 Meter para 258 Meter)
Subida acumulada 680 Meter
Descida acumulada 628 Meter


sábado, 14 de janeiro de 2012

VOLTA DOS CONVENTOS DA ARRÁBIDA

Hoje, com o meu amigo Lucas, decidimos ir dar a volta dos Conventos da Arrábida, portanto só estrada, a bela tarde de sol ajudou, embora nas descidas já se sentisse bem o ar fresco.
A volta é bem bonita em função da linda paisagem envolvente, e do mar logo ali, qual tapete azul, estendido aos nossos pés.

UM BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DO LOCAL

O Convento da Arrábida, construído no século XVI, abrange ao longo dos seus 25 hectares, o Convento Velho, situado na parte mais elevada da serra, o Convento Novo, localizado a meia encosta, o Jardim e o Santuário do Bom Jesus e ainda, adjacentes ao convento, mas autónomos, os aposentos do duque de Aveiro e as casas onde eram alojados os peregrinos.

Outrora convento franciscano fundado por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras da encosta da serra.

Anterior à sua construção existia onde é hoje o Convento Velho, a Ermida da Memória, local de grandes romarias, junto da qual, durante dois anos, viveram, em celas escavadas nas rochas, os primeiros quatro fardes arrábidos: Martinho de Santa Maria, Diogo de Lisboa, Francisco Pedraita e São Pedro de Alcântara.

D. Jorge de Lencastre, filho do 1º duque de Aveiro, continuou as obras mandado construir uma cerca a vedar a área do convento.

Mais tarde, seu primo D. Álvaro, mandou edificar a hospedaria que lhe servia de alojamento e projectou as guaritas, na crista do monte, que ligam o convento ao sopé da montanha, deixando, no entanto, três por acabar. Por sua vez, D. Ana Manique de Lara, nora de D. Álvaro, mandou construir duas capelas, enquanto o filho de D. Álvaro, D. António de Lencastre, mandou edificar, em 1650, o santuário do Bom Jesus.

Em 1640 o Duque de Aveiro, D. Raimundo, mandou reparar a ermida, forrá-la de azulejos e ainda colocar-lhe a imagem de S. Pedro de Alcântara e uma inscrição em que se assinalava o ano da beatificação do frade e se fazia referência à acção que tivera na reforma arrábida: «Esta Ermida foi a Própria Cela Do Santo Frei Pedro de Alcântara, em que viveu Alguns tempos, e foi guardião No Mosteiro de Palhais desta Província de N. S. da Arrábida, donde passou a Castela a fundar a Província de S. Joseph e lá faleceu dia de S. Lucas, o ano de 1562 aos 63 da sua idade e 47 de hábito. Foi beatificado pelo Papa Gregório XV na era de 1622 e para consolação e memória dos seus devotos mandou o Duque D. Raimundo reparar esta sua cela e pôr aqui a sua imagem no ano de 1644.

De arquitectura austera, o convento é praticamente desprovido de ornamentos. No seu interior, destacam-se apenas, de onde em onde, esculturas de santos e Cristos, de terracota e de madeira, colocadas em nichos, os azulejos que ornam as capelas, e ainda os embrechados compostos de pedrinhas misturadas com conchas e cacos de faiança e usados na decoração de fontes, paredes, muros e capelas.

Assinalem-se ainda peças escultóricas de cerâmica e de madeira, cantarias e lajedos, tectos pintados e uma talha dourada.

Em 1863, a Casa de Palmela adquiriu o convento mas as obras só começaram no século seguinte, nas décadas de 40 e 50. Quarenta anos depois, em 1990, o seu então proprietário optou por vender o convento e a área envolvente, num total de 25 hectares, à Fundação Oriente.

A vista para as Capelas

a vista geral das praias e da serra
Convento da Arrábida

o Lucas com as Capelas ás costas
cá estão elas
agora um pouco mais acima

a Serra de São Luís sempre lá, e se dúvidas houvesse-Portugal sim senhora
Setúbal
Serras do Louro e de São Luís
a bela Setúbal
olha ele já cheio de frio

mais o track do empeno



Perfil de altitude (altimetria)

Diferenças de Altitudes

375 Meter (Altitude desde 16 Meter para 391 Meter)
Subida acumulada 1.105 Meter
Descida acumulada 1.105 Meter




quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SERRA DA ARRÁBIDA E DO LOURO

Quarta feira passada, com rota definida em direcção à auto-europa, cruzei Cabanas de Palmela, subi até ao Cai-de-Costas, desci até à Quinta do Alcube, atravessei a Aldeia Grande.

Estava uma manhã gelada, com algum nevoeiro, só já na Serra do Louro é que apanhei os primeiros raios de sol a sério.

A ideia era subir na Estrada dos Picheleiros, à esquerda no sentido Aldeia Grande / Quinta do Paraíso, um pouco mais à frente do desvio logo a seguir ao desvio para o Vale da Rasca

Não descobri o nome mas é uma estrada de pequena largura que inicia em calçada e depois desemboca num estradão na estreito, sempre a subir, até uma casa bem antiga em ruínas, lá no topo.

Daqui para a frente é a descer até chegar novamente à nacional que vai para a Rasca.

Atravessei e voltei a subir passei por um trilho em zigue zague com umas belas cruzes (mais um que não sei o nome apesar das pesquisas), lá no cimo tirei umas belas fotos viradas para a Comenda e Tróia.

Dali desci passei na Quinta do Esteval, direcção ás Necessidades novas, Vendas de Azeitão, estrada da Coca Cola, Mata da Machada em direcção a casa.

Este percurso já o tinha feito há alguns meses, a ideia era ver se ainda me lembrava dele e colocar o track, mas infelizmente o sports tracker parou aos 21 km´s, não percebi porquê, vou ter que o repetir um destes dias, se tiver coragem com mais umas nuances para não ser monótono. Fica no fim o registo possível dos poucos km´s marcados.

O nevoeiro ainda estava bem visível quando cheguei ao trilho dos Moinhos
o sol "rompendo" o frio, provocava um belo efeito na zona de Tróia

a beleza de que nunca me farto
daqui vai sair um belo mel da Arrábida
Serra de São Luís
cá estão as belas cruzes...
o outro lado da Serra de São Luís
mais um belo efeito do sol no mar
a comenda e Tróia
este verde magnífico
Castelo de Palmela

trilhos destes não faltam, passe a inclinação

já perto da quinta do Esteval

quinta do Esteval



mais parece uma mão gigante
já no regresso Capela das Necessidades

A LENDA DA CRUZ DAS VENDAS E VASCO QUEIMADO DE VILLA LOBOS

A LENDA

Para enquadrar melhor a Lenda - ou as lendas - da chamada Cruz das Vendas no tempo e no âmbito em que as mesmas se corporizam, irei falar um pouco sobre a Ermida onde a Cruz - mais propriamente o Cruzeiro - está colocada e ainda, sobre o fidalgo que a mandou erguer.

ERMIDA DE NOSSA SENHORA DAS NECESSIDADES

A CRUZ DAS VENDAS

“Em o alto da serra a que as Aldeias estão encostadas, um pouco distante delas, está a Ermida da Nossa Senhora das Necessidades. Tem esta ermida uma cruz com uma hasta de duas varas e meia de comprimento, e encima continua uma pequena cruz maravilhosamente lavrada com duas imagens; para a parte do Norte a imagem de Cristo com a vocação de Senhor da Boa Ventura e da parte do Sul, na cruzada dos braços, a imagem de Nossa Senhora com a vocação das Necessidades, tudo de pedra branca e muito fina que dizem os artífices não ser destes contornos.

O pé é da mesma pedra, em oitavado e lhe servem de ornato dois altares, em cujo pé estão umas letras góticas que dizem o seguinte :

« por serviço de Deos Vasco Queimado de Villalobos fidalgo da Casa de El Rey e goarda mor que foy do Infante dom Pedro e camareiro e do Concelho dos Duques Fellipe e Carlos de Borgonha mandou por aqui esta cruz era mil quatro centos e setenta e coatro rogai a deos por sua alma ».

Esta cruz estava ao rigor do tempo até que um homem Chamado Manuel Martins de sua devoção e com seu dinheiro e algumas esmolas que alcançou fez uma ermida a que deu princípio em 27 de Abril de mil setecentos e quarenta e oito anos, e em primeiro de Maio de setecentos e cinquenta se benzeu, e se ficou sempre fazendo a festa em o dito. e no dia três do mesmo se faz também festa, e acode grande concurso de gente de distancias de duas a três léguas ..."

Sobre a ERMIDA votiva a Nossa Senhora das Necessidades e do monumento chamado” Cruz das Vendas”, para além do supra dito, muito mais há a dizer:

A passagem entre os montes de São Simão e São Francisco fazia-se em solo do morgado de Alcube e era conhecida por Portela da Cruz por ali ter sido erigida em 1474, por Vasco Queimado de Villa Lobos, um cruzeiro a que se chamou Cruz das Vendas. O monumento esteve durante séculos ao ar livre. elevando-se aquela soberba iminência donde muito longe se podia ser avistada.

O padrão de Vasco Queimado de Villa Lobos é uma cruz floreada, colocada sobre uma haste oitavada de dois metros de altura e que tem uma base octogonal, talhada em pirâmide onde se encontra, em caracteres góticos a inscrição já mencionada .

Na parte superior da cruz estão esculpidas duas pequenas imagens, representando, a do lado poente, Jesus crucificado e do lado nascente, a Virgem Maria. Por baixo das esculturas, rodeando a haste da cruz, reconhecem-se quatro brasões, todos orlados, o maior dos quais são as armas dos Villa Lobos, representados por dois leões passantes e encimados por um elmo de perfil, de grades abertas, indicando alta linhagem. Os três brasões mais pequenos têm, como constituição heráldica, respectivamente, um leão rompante, uma cabeça de lobo e uma barra abocada por duas cabeças de serpente.

A Cruz das Vendas como também é conhecido o padrão esteve ao rigor do tempo durante séculos, sendo resguardado, nos meados do século XVIII dentro da ermida de Nossa Senhora das Necessidades, onde até hoje se encontra.

(in, Relatório do Pároco de São Simão, em 1758- Torre do Tombo)